setembro 22, 2012

Fuga



Ela fugiu da maneira mais covarde...
Colocando a culpa de seu medo em minhas costas,
Preferiu se esconder debaixo de escombros que ela própria deu por certo. Amarelou.

Seria correto correr atrás...Talvez? Não sei!
Se correu, é por que não deseja ficar, não lhe agrada a minha companhia , a minha atenção.
Deixei-a ir! Para que segurar uma intimidade que há muito e por nada se estilhaçou?

Só posso falar que tudo foi aprendizado, mesmo sendo tão duro o golpe.
É preciso tirar boas expectativas de tudo isso! E é preciso se fortalecer...
Para encarar os nãos que ainda virão, não de maneira clara, mas de maneira velada.

Felicidades para ela, que a sua forma pouco intima com o querer bem, seja-lhe um aliado na vida.

Pensando ultimamente na pouca intimidade que as pessoas de carne e osso querem manter, saber amar é mesmo difícil! E entusiasmada mais do que nunca com os mistérios de Clarisse!
Sonhei com ela e escrevi para ela! Beijo Lispector!

Um comentário:

Fàbia Adriana Vieira disse...

SIRCI, OLHA ESSA OUTRA LETRA:


Recado do Tempo

Isabella Taviani



Com os olhos banhados d'água ele suplicava: fica!
Tarde demais...
Ela foi embora
Mesmo ofertando tudo e não pedindo nada: Fica!
Tarde demais...
Ela foi embora

Mas o tempo sabe bem o que fazer
Deixar a chuva lavar pra escorrer daquela pele
todo o lodo e febre
Mas o tempo sabe bem como curar
A ferida que insiste em sangrar
Mas vai fechar

E na madrugada fria ela deixa de ser
cega e enxerga
Tarde demais...
Ele já não a espera
E olhando-se no espelho só resta então o lamento
Meu Deus foi tarde demais
Ele partiu com o tempo

Mas o tempo soube bem o que fazer
Deixou a chuva lavar pra escorrer daquela pele
Todo o lodo e febre
Pois o tempo soube bem como curar
A ferida que nunca mais vai sangrar
Fechada está

E nesse dia então
O mundo pôde perceber
que foi tarde demais pra ela se arrepender