E lá estava eu de frente para a mesa, com minha mãe ou minha tia fazendo tranças, me arrumando para ir à escola e logicamente uma coisa que nunca faltou na minha vida foi Música, naquela fase acho que era a Blitz que tocava direto nas rádios, então tava pronta a minha trilha sonora de ida para a escola.
Dentro da minha lancheira, que não tinha nada dos desenhos ridículos de hoje em dia e que era de um material parecido com napa, eu acho (nunca fui boa para descrever materiais), vasada para abrigar a garrafa que sempre ia com suco ou aqueles refrigerantes caçulinha, vez ou outra, claro, mais sucos. Além de algum lanche saboroso, envolto em uma toalhinha com minhas iniciais bordadas por minha tia (A.P.); e talvez seja da minha lancheira que eu mais lembre, ou melhor, do cheiro dela, até hoje, lembro de coisas subjetivas da minha infância e dos dias atuais!
Segundo diz uma amiga minha, eu não sou capaz de lembrar e descrever nenhum tipo de detalhe físico ou estético de um ambiente ou de uma pessoa, mas se me perguntarem da entonação de como uma pessoa falou, ou do quanto tinha carinho em um gesto, bingo! Eu acerto de primeira, pode passar mil anos, ou seja, segundo minha amiga eu sou a rainha da subjetividade rsrs. Talvez eu seja mais ligada à essência, a minha e a dos outros.
Quando chegávamos à escola, lá reuniam todos os alunos no pátio para cantar o Hino Nacional, e isso mexe com outra característica minha, o patriotismo, talvez por isso eu acorde de madrugada para acompanhar os jogos de vôlei (esporte que adoro), esperando muitas vezes ouvir o Hino do país no final do certame, e quando cortam, porque os jogos costumam demorar, isso me deixa irritada; culpa da diretora da escola que fazia a gente cantar todos os dias.
Outra coisa que eu adorava fazer era assistir ao Sítio do Pica-pau amarelo kkkk, não, e o medo da Cuca? Eu sempre fechava os olhos e abria só um pouco pra ver se ela tinha saído da tela; já do Saci eu gostava, assim, como dos outros personagens, além dos meus primos acharem que meu nariz era arrebitado e por esse motivo me apelidaram de Narizinho, claro, eu me achava a tal! Rsrs
Pois é, eu fui uma criança feliz e dou Graças por isso e por lembrar do cheiro da minha lancheira até hoje.