abril 30, 2008

Tempo de Criança

E lá estava eu de frente para a mesa, com minha mãe ou minha tia fazendo tranças, me arrumando para ir à escola e logicamente uma coisa que nunca faltou na minha vida foi Música, naquela fase acho que era a Blitz que tocava direto nas rádios, então tava pronta a minha trilha sonora de ida para a escola.
Dentro da minha lancheira, que não tinha nada dos desenhos ridículos de hoje em dia e que era de um material parecido com napa, eu acho (nunca fui boa para descrever materiais), vasada para abrigar a garrafa que sempre ia com suco ou aqueles refrigerantes caçulinha, vez ou outra, claro, mais sucos. Além de algum lanche saboroso, envolto em uma toalhinha com minhas iniciais bordadas por minha tia (A.P.); e talvez seja da minha lancheira que eu mais lembre, ou melhor, do cheiro dela, até hoje, lembro de coisas subjetivas da minha infância e dos dias atuais!
Segundo diz uma amiga minha, eu não sou capaz de lembrar e descrever nenhum tipo de detalhe físico ou estético de um ambiente ou de uma pessoa, mas se me perguntarem da entonação de como uma pessoa falou, ou do quanto tinha carinho em um gesto, bingo! Eu acerto de primeira, pode passar mil anos, ou seja, segundo minha amiga eu sou a rainha da subjetividade rsrs. Talvez eu seja mais ligada à essência, a minha e a dos outros. Quando chegávamos à escola, lá reuniam todos os alunos no pátio para cantar o Hino Nacional, e isso mexe com outra característica minha, o patriotismo, talvez por isso eu acorde de madrugada para acompanhar os jogos de vôlei (esporte que adoro), esperando muitas vezes ouvir o Hino do país no final do certame, e quando cortam, porque os jogos costumam demorar, isso me deixa irritada; culpa da diretora da escola que fazia a gente cantar todos os dias.

Outra coisa que eu adorava fazer era assistir ao Sítio do Pica-pau amarelo kkkk, não, e o medo da Cuca? Eu sempre fechava os olhos e abria só um pouco pra ver se ela tinha saído da tela; já do Saci eu gostava, assim, como dos outros personagens, além dos meus primos acharem que meu nariz era arrebitado e por esse motivo me apelidaram de Narizinho, claro, eu me achava a tal! Rsrs

Pois é, eu fui uma criança feliz e dou Graças por isso e por lembrar do cheiro da minha lancheira até hoje.

4 comentários:

Fàbia Adriana Vieira disse...

Nooosa, que delicia de infancia...
Também tive uma lancheira com muito biscoito e, na garrafinha, leite com nescal, que eu adoro ate´hoje!
Quanto aos detalhes, eu ja sou mais de lembrar cheiros... cheiros de lugares, de pessoas, de comidas... acho que minha infancia tem cheiro de chiclete, que nem as melicinhas.
Eu gostava muito de filminhos e queria muito ser a princesa Cintiliante, da She-Ha ou a Xitara, dos tandercats ou a Jen, da Jem e as ologramas... vc se lembra de algumas????

Fàbia Adriana Vieira disse...

Nooosa, outra coisa que suas tranças me fizeram lembrar:
minha ma~e fazia um penteado que prendia meu cabelo todo pra um lado, e ela penteava tanto que meus olhinhos ficavam puxados... kkkkkkkkkkkkkkkkkktadinha da mamae!!!!
fora o coque que ela fazia pra eu ir ao balet... ai, como doía

Cobra com Asa disse...

Entrou no clima saudosista da Fábia né? Eu também morria de medo da Cuca, qd eu tava atentando muito o juízo do povo na casa da vovó minha tinha vinha com um "Vô chamar a Cuca"... Tiro e queda pra aquietar meu faxo:)

Fàbia Adriana Vieira disse...

Sirsi,
tenho um recado do mário pra você:

Jardim interior

Todos os jardins deviam ser fechados,
com altos muros de um cinza muito pálido,
onde uma fonte
pudesse cantar
sozinha
entre o vermelho dos cravos.
O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente.

Mário Quintana