julho 17, 2010

Chão de terra batida

Do pó viemos ao pó retornaremos, mas durante toda vida nos julgamos distantes de qualquer intenção de voltar ao natural ao que não foi inventado pelo homem, e sim do que já estava lá! É assim que sinto, dei ultimamente para sonhar com as Gerais; as Minas Gerais, sonho recorrente, nas estradas de terra batida, que na verdade nem sei se tem pois nunca estive lá, mas é assim que entendo o interior de Minas um que de roça no melhor estilo de cidadezinha. Claro que não falo do que em Minas é tecnológico, do que é moderno, do asfalto, mais sim do ar desconfiado do povo simples do interior. Carro de boi, muitos causos pra contar e a comida daquele jeito convidativo, a impressão é que la os forasteiros são fisgados pelo estomago! Então para dedicar meu carinho e meus bons sonhos as Minas Gerais vou deixar aqui uma musica dos mineiros do Pato Fu que adoro e que ajuda a embalar meus sonhos! 

SIMPLICIDADE 

Pato Fu 

Vai diminuindo a cidade 
Vai aumentando a simpatia 
Quanto menor a casinha 
Mais sincero o bom dia 
Mais mole a cama em que durmo 
Mais duro o chão que eu piso 
Tem água limpa na pia 
Tem dente a mais no sorriso 
Busquei felicidade 
Encontrei foi Maria 
Ela, pinga e farinha 
E eu sentindo alegria 
Café tá quente no fogo 
Barriga não tá vazia 
Quanto mais simplicidade 
Melhor o nascer do dia

julho 14, 2010

A Vez da Espanha


Uffaaa... Que bom que a Espanha deu um olèe na Holanda. Eu já disse aqui que não suporto times de salto alto, e a Holanda jogou assim... Metidos que só eles, achando que podiam fazer um gol quando quisessem, puro engano! A Espanha por sua vez foi dramática como de costume, achei que fossem pipocar, mas encaram de frente e o goleiro salvou a pátria, assim como o Fernando Torres que não jogou a Copa, ficou sumido um tempão, não fez nada que prestasse, exceto o passe para gol do Iniesta. Diga se de passagem um gol laço.

Tive pena da Alemanha que jogou bonito e mereceria ter estado na final, mas são coisas do futebol. Ah! O Urugay eram meus preferidos só por que eu queria ver uma seleção Sul americana na final, mas eles ainda tinham que caminhar muito, não dava, não tinha tanta técnica assim.

Que venha 2014 no Brasil e ai vamos ver o que acontece, espero que o próximo governo se oriente, pois na hora do Brasil sair candidato todos queriam uma fatia da pizza, então que arregacem as mangas e bola pra frente, Brasil!

julho 03, 2010

Eu Chorei por Ti...Paraguay.

Pois é, eu chorei junto com o Cardozo no final do jogo! Não que eu estivesse torçendo contra a Espanha - essa sim, perdendo ou ganhando tem a mesma forma de jogar! - mas deu uma pena desgraçada ver que o jogador paraguaio tinha a consciência exata do velho chavão futebolístico "quem não faz, leva". Não, os hermanos paraguaios não ficaram pirados depois que tomaram o gol da Espanha, lutaram quase chegaram ao empate...Eu estava torçendo para pelo menos uma prorrogação. Não que os espanhóis mereçessem isso, por que fazem um jogo bonito, toques de primeira, mas é como ver Davi contra Golias e torçer pelo time mais limitado. De tão superior a Espanha pareçe ser arrogante, vá lá no fundo todos nós somos...Afinal aqui é o país do futebol! Com certeza, essa foi a Copa do Mundo mais pobre em gols e  em técnica, mais são nos jogos de mata-mata que a Jabulaaaaniiii se faz presente!

Eu deveria ter torcido por Gana, mais uma certa superioridade deles no toque de bola e a maneira do atacante e craque Gyan olhar com desdém pra um Urugaio, ah! Isso sim me deixa irritada. Pra mim o jogo é na bola e não na perna do Robbin como fez o Felipe Melo, no entanto, o pior foi a justificativa desse jogador, ao afirmar que não merecia o cartão vermelho!!! Tá bom de alguém enviar a gravação da pisada criminosa que ele deu no companheiro de profissão, pra ver se ele se orienta daqui pra frente e mandem também o jogo da Alemanhã, por que os alemães marcaram Messi sem apelar, sem dar pisadas e tomar cartões vermelhos!

Ah! Dieguito que passa papá? A Argentina foi rídicula, mais até que o Brasil! Como você ver o camisa 7 da Alemanhã estraçalhar com o jogo e não marca o cara homem-a-homem, francamente, com certeza eles queriam economizar e voltar no avião com o Brasil. Se dêem as mãos por que na medíocridade fomos pares.

A Alemanhã que nunca foi meu segundo time de coração! Tá arrebentando e o tal do Özil que jogador, só jogadas de primeira, enche os olhos para quem gosta dos movimentos de qualquer tipo de esporte, plásticos esses alemães!

Obrigada Alemanhã!Por ter mandado Dom Diego de volta com sua arrogância cínica e pouco eficiente, agora que ele vá dançar Tango na praça do Obelisco, onde ele queria desfilar nú! E quanto a Holanda, bom o Brasil não tava lá essas coisas mais de qualquer forma mereçe meu respeito e admiração.

Agora é esperar as semi-finais que serão verdadeiras batalhas. Espero que o Uruguay passe pela Holanda, mas se não passar, fica para a próxima, aqui no Brasil.


julho 01, 2010

Eu, O Vinicius, a Mari e as Orquideas

Manhã ensolarada de domingo no jardim, borboletas, passarinhos e um convite tão envolvente que eu não poderia jamais renegar! A Mariana adora manhãs de domingo ensolaradas, e se o Vinicius está em casa então, ah! que festa! Incrivel a empolgação da Mariana de ponta de pés observando os preparativos na cozinha, tentando palpitar em cada escolha, dos queijos aos doces, a maior empolgação e a toda hora me pergunta: "tá pronto mamãe?". O Vinicius, mais impaciente do que a pequena tratou logo de pegar suas telas e pincéis, e as tintas que o Mário havia lhe dado de presente em nossa ultima estada nos pampas. Logo saímos e fomos nos sentar por entre os labirintos do jardim com suas alamedas repletas de sons, e a cada burburinho a pequena tentava desvendar de qual animal viria tal som e depois me perguntava " num é mamãe?"

Coube ao Vinicius montar as telas uma para ele e outra para a pequena, por sua vontade Mariana seria uma grande amante da pintura e de tudo que fosse artistico. A Mariana esperta que só ela, começava a desenhar as flores do jardim e as que mais agradavam eram as orquideas! O mais dificil no entanto, era pintá-las pois sempre sentia uma ponta de tristeza, dizia ela: "mamãe, nunca consigo misturar as cores certas" e claro eu a encorajava a continuar tentando. Foi ai que ela olhou para mim e falou: "mamãe me explica como as cores se misturam tão certo". Bom o que dizer a uma menininha de 6 anos dos mistérios da vida natural?

Respirei fundo, olhei pra ela e disse: " meu anjo, as cores que você mistura sempre que desenha, também estão certas, e se por acaso ficam diferentes, é por que você sempre descobre uma forma nova de colorir o que DEUS já fez lindo!" Ai a Mariana olha pra mim, pensa um pouco e quando ela faz isso, franze a testa! E pergunta: "a minha professora diz que eu devo somente pintar com o pincél e pareçe que as cores não gostam muito, mas quando eu pinto com as mãos elas, as cores ficam felizes; como eu devo pintar mamãe?" E agora, pensei: " Filha se você acha que as flores dos seus desenhos e as tintas ficam mais felizes quando você pinta com as mãos; então, pinte com as mãos, o importante é ser feliz sempre, se você sentir felicidade, as cores e o desenho também sentirão felicidade." Ai ganhei o presente mais mágico que podia querer de um domingo tão lindo, um sorriso cúmplice de uma linda garotinha que faz qualquer manhã de domingo ser o dia mais infinito de todos.

Eu sou Neguinha?

As vezes me pergunto se eu não seria um placebo de menina; garota; mulher! Sabe as conversas entre meninas, que falam sobre certos tipos de tecidos, como organdi, cambraia, brincos de stress ou algo do gênero? Pois é, nunca fui afim desses papos, não entendo...E modelos de roupas então, sai pra lá não entendo mesmo, nunca tive paciência pra conversar com costureiras ou ficar horas numa loja cogitando possibilidades. Sempre gostei de brincadeiras ditas de meninos! As Barbies nunca me fizeram falta, mais por um lado isso foi positivo para as finanças da família, nunca aperriei pra ter aqueles bêbes que choravam, piscavam olhinhos, faziam sujeiras nas fraldas...uma criança econômica não!

Mas se me dessem uma bola eu ia longe...Os meninos me disputavam as tapas, por que eu era a única menina da rua que sabia driblar e fazer gols, além de entender de impedimentos, ou seja, uma verdadeira moleca! A ponto de alguns parentes me coibirem, dizendo que eu tava mais pra menino do que pra menina. Sempre fui uma estranha para as minhas amiguinhas vaidosas, para suas mães e de certa forma para minha família. Faltou compreensão por parte deles, e pensar que hoje as mães levam ou buscam as filhas das escolinhas de futebol! No meu tempo, ou se era menina ou menino, acho que eu era andrógena rsrsrs.

Longe de mim, se tiver uma filha repudiar um talento que vem de dentro, uma habilidade motora e de tática que é pouco comum em certos individuos, independente do sexo! Ou melhor da sexualidade, não é por uma menina ser um moleque completo que ela não será atraente aos olhos dos homens, ou por ela ser menos vaidosa do que a maioria esmagadora das amigas, o problema aqui é do conceito antes mesmo do conceito escancarado! Isso, preconceito que em pleno 2010 ainda é passivel de se ver, se for estético então, danou-se! Exemplo, poderia uma garota cortar os cabelos bem curtinhos e não ser olhada dos pés a cabeça, ou pior que isso, alguém simplesmente fazer aquele comentário infeliz: "é tá tão curtinho, tá bom de você alisar pra quando ele for crescendo, ai sim você dá uma escova toda semana" Escova toda semana? Alguém sabe como é bom lavar os cabelos com certa frequencia, não estar afim de um troço quente fazendo barulho no seu "pé do ouvido" e nem querer curtir as fofoquinhas do salão de seu cabelereiro?

Se você sabe, me entende e concorda comigo, fundemos então a comunidade que só anda de rasteira, nada de saltos, tenho labirintite e afinal os saltos são desconfortavéis não entendo quem diz o contrário! Se você é assim como eu alternativa, mais se acha capaz de seduzir o Superman, parabéns você tenta ser uma mulher do século 21.

Gal Costa
Composição: (Pereira da Costa/Milton Villela)


Teco, teco, teco, teco, teco
Na bola de gude era o meu viver
Quando criança no meio da garotada
Com a sacola do lado
Só jogava p’rá valer
Não fazia roupa de boneca nem tão pouco convivia
Com as garotas do meu bairro que era natural
Subia em postes, soltava papagaio
Até meus quatorze anos era esse meu mal


Com a mania de garota folgazã
Em toda parte que passava
Encontrava um fã
Quando havia festa na capela do lugar
Era a primeira a ser chamada para ir cantar
Assim vivendo eu vi meu nome ser falado
Em todo canto, em todo lado
Até com quem nunca me viu
E hoje a minha grande alegria
É cantar com cortesia
Para o povo do brasil