Sempre tentei fugir dessa característica, narrar os fatos, causos e tals na primeira pessoa, obvio que nunca consegui, até mesmo pra contar uma situação, tenho de inventar uma personagem, pois só dessa forma me sinto a vontade para narrar o ocorrido. Tormento este, que me rendia alguns probleminhas no tempo de colégio, pois o professor de Redação, pegava no meu pé, o danado tinha verve de escritor e queria que eu exercitasse todas as pessoas do discurso. Era esse “louco” também, que nos fazia enxergar um mundo novo, porque mais do que ler, ele nos fazia escrever, e muitas vezes, burlava até as regras da escola, nos passando literatura contrária ao perfil, então vigente na escola... E claro, que também, ele fazia com que nós caprichássemos no vocabulário, isso sem contar as histórias sem pé nem cabeça, mas ele achava o máximo e nos incentivava, além de insistir que tínhamos de fazer teatro, artes plásticas e tal.
Talvez, por isso, decidi escrever num Blog, por que dizem que é o melhor lugar pra se falar de si mesmo rsrs, não chego a ser tímida, mais não sou nenhuma exibicionista e sinceramente nunca gostei de entrar em um local e ser olhada; sempre gostei de entrar e sair sem ser percebida, por que mais do que escrever eu gosto é de observar ;)
Tempos depois revisitei esse professor no filme Sociedade dos Poetas Mortos e um pouco no Sorriso de Monalisa, filmes maravilhosos que mostrava toda a importância das relações sociais e humanas e o quanto se interessar por gente e praticamente, “construí-los” é lindo.
Claro, depois ele acabou se interessando, se conformando e aceitando minha narrativa do jeito que era. Seu nome? Por incrível que pareça, chamava-se Vinicius de Morais (não o Poeta), mas com certeza, um grande Camarada.